
Novo Citrus
Na Novo Citrus são processados somente produtos e insumos orgânicos e de procedência ecológica, buscando parcerias com agricultores e suas organizações, visando estimular e desenvolver a agroecologia em todos os sentidos. Mais do que produzir sem insumos químicos a Novo Citrus tem a preocupação de preservar os recursos naturais, deixando um legado para as gerações futuras.
Agroindústrias familiares orgânicas se destacam na BioBrazil 2024
Chocolates, geleias, manteigas, produtos orgânicos feitos por agricultores familiares auxiliam no aumento da renda, encantam o público e preservam o meio ambiente.
Em sua décima oitava edição, a BioBrazil Fair, maior feira de alimentos orgânicos da América Latina, e a Naturaltech, que reúne as novidades do mercado de produtos naturais, receberam cerca de 50 mil visitantes, em quatro dias, na capital paulista. Entre as cerca de 1700 marcas e os 760 expositores, os que mais me chamaram a atenção foram as agroindústrias familiares orgânicas.
Se até pouco tempo atrás os agricultores familiares que atuam, em sua maioria, com o sistema agroflorestal, cultivavam e vendiam alimentos in natura, agora eles passaram a manufaturar estes alimentos, transformando-os em diversos produtos, como: chocolate, café, nibs, geleias, farinhas, manteigas, temperos secos. Além de agregar valor à produção, esta prática também acaba com as perdas e possibilita um ganho mais perene ao longo do ano.
Há seis anos, Paula Ferreira, na foto de capa, criou com a família a agroindústria ‘Orgânicos do Quintal’ e passou a manufaturar os vegetais que vendia nas feiras: “Demos esse nome porque a gente passou quinze anos produzindo num quintal de cem metros quadrados. A cada quinze quinze dias a gente tinha produção pra levar pra feira e tirava um salário mínimo por mês. Hoje o que a gente não vende na feira, a gente utiliza pra fazer outros produtos”, conta.
“Eu faço extrato de tomate; geleia de tomate com pimenta; pimentão, alho poró e tomatinhos desidratados; mix de tempero; farinha de cenoura, de beterraba, de batata doce e de banana verde; rolinho de fruta, que é a banana e o mamão, a gente bate sem colocar açúcar e desidrata. A gente tá agregando valor com o que iria perder”, completa Paula.
Produtos regionais colaboram com a preservação dos biomas
O Programa ‘Amazônia em Casa Floresta em Pé’, idealizado pelo Instituto ‘Climate Ventures’ e pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) impulsiona cinquenta marcas que trabalham com a biodiversidade da região. As ações visam ampliar o acesso das marcas ao consumidor final e fazer com que a sociedade perceba o valor dos produtos, para a saúde e para a preservação da floresta e da sua biodiversidade.
De acordo com a gerente do Programa, Whilla Castelhano: “As marcas têm evoluído na sua produção para deixarem de ser muito artesanais e criarem produtos cada vez mais especializados, direcionados para o consumo. A gente tem uma marca que produz açaí em pó e hambúrguer de açaí. Elas estão ampliando o leque de trabalho e procurando trabalhar com os próprios resíduos, isso é muito interessante. O nosso trabalho é fazer com que esse valor seja percebido pela sociedade, na embalagem, na entrega, na degustação…”.
Segundo, Whilia, a presença das marcas na BioBrazil Fair atraiu a curiosidade do público: “Aqui tem sido uma experiência muito interessante, as pessoas chegam pelo bem estar que os produtos vão causar para a saúde, querem saber como são produzidos, quais os benefícios. Tem sido uma receptividade muito legal, a gente praticamente não vê ninguém saindo do estande sem nada. A gente percebe que a sociedade está se preocupando cada vez mais com o seu bem estar, com a diversidade, com o nosso clima, o meio ambiente”.
A rede de agroecologia Povos da Mata atua como uma certificadora participativa de orgânicos na Bahia. Hoje já tem 1200 agricultores certificados, doze destas agroindústrias estiveram no evento com produtos, como: cafés, chocolates, cupuaçu e banana desidratados, farinhas, temperos, flocão de milho e cachaça, entre tantos outros. A rede viabiliza a logística de transporte dos produtos da Bahia até os demais Estados do País e cria parceria com institutos que comercializam orgânicos em cidades como São Paulo.
Esta certificadora participativa é reconhecida pelo Ministério da Agricultura e surgiu para atender uma demanda dos pequenos agricultores que não poderiam pagar por uma certificação particular. De acordo com o diretor financeiro da rede de agroecologia Povos da Mata, Rubens Costa de Jesus: “A gente forma um comitê de verificação de olhar externo, que é um grupo vizinho certificando o outro, pra ver se estão fazendo o que está dentro da lei 10.831, de 2003 (Lei dos Orgânicos)”, esclarece.
“A gente também dá o suporte para os agricultores fazerem a transição agroecológica, tem alguns que trabalham com a agricultura convencional e entram no processo de certificação, que leva entre 18 meses e 3 anos pra fazer a transição e certificar. O custo da certificação privada varia de 15 a 30 mil reais, dependendo da localidade. A nossa hoje tem um custo de 240 reais por ano, é muito mais viável e todos conseguem agregar pelo menos 30% no valor dos produtos por serem orgânicos certificados”, afirma Rubens.
A agroindústria Dandel é membro da rede Povos da Mata e recebeu a certificação em 2019. A empresa que segue o modelo de agroecologia produz cupuaçu desidratado, nibs e bombom de cupuaçu, nibs e geleia de cacau, entre outros. De acordo com a fundadora da marca, Maria dos Santos, na foto: “Pra ser certificada demorou oito meses, tivemos que fazer um adequamento na instalação, receber o alvará da vigilância sanitária, o alvará de funcionamento, adequamos as tabelas nutricionais, seguimos as boas práticas”, explica.
“Na certificação, a gente busca também o cuidado com o meio ambiente, com os trabalhadores, com todos os seres”. Maria sentiu a diferença depois da certificação e está aproveitando a oportunidade de expôr na maior feira de orgânicos da América Latina: “Foi um salto de qualidade, de valorização. É bom estar aqui na feira pra conhecer melhor a dinâmica do mercado, fazer contato, buscar conhecimento e fazer a comercialização direta pro consumidor”, conclui Maria.
Responsabilidade compartilhada
Paula Ferreira também coordena o ‘Projeto Mais Alimento, Mais Vida’ da rede de agroecologia baiana, ela buscou o apoio do governo Estadual da Bahia: “Tem muita gente fazendo agroecologia por lá, mas, se a gente que também é agricultor, ficar fazendo só a certificação, deixa de botar a mão na terra e produzir. Então hoje o Estado da Bahia está fazendo esse trabalho técnico e apoiando o processo de produção agroecológica certificada, através de um projeto piloto, que ainda está iniciando, pra depois ampliar pra outros territórios”.
Fonte: Estadão
Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Produtor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:
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