Mudança do consumidor

A sustentabilidade ambiental é uma questão cada vez mais importante em todas as escalas da economia global e, conforme indicam diversos bancos, o consumidor brasileiro vem preferindo produtos que sejam mais ambientalmente sustentáveis. Pode ser com uma embalagem reciclável, produzindo menos lixo; pela característica biodegradável para não poluir as águas; com processos de fabricação que não envolvam testes com animais, entre outras possibilidades.
A Similarweb, empresa de inteligência do mercado global, a pedido da ISTOÉ analisou o comportamento do consumidor brasileiro no último ano, referente às tendências sustentáveis mais em voga, como veganismo, alimentos e bebidas orgânicos e cruelty free (em inglês, livres de crueldade, ou seja, não testados em animais). “A forma de consumir mudou”, diz Juliana Junkes, diretora de vendas da companhia. A categoria que apresentou maior procura na Internet foi a de beleza e cosméticos, que subiu 36,67% em comparação ao ano anterior. Saúde aparece em segundo lugar, com 11,15% de aumento, e em terceiro, acesso às informações e à mídia, com 5,17%. Por dia, a Similarweb monitora mais de 4,7 milhões de aplicativos e 100 milhões de sites em 190 países.
O interesse do público pelos orgânicos refletiu-se diretamente no comércio varejista. “O consumo de produtos orgânicos subiu 32%, em 2021. Hoje, a rede tem 600 itens desse tipo cadastrados, 10% a mais do que em 2020”, conta Laura Reis, consultora de desenvolvimento comercial da Hortifruti Natural da Terra, rede com 80 lojas. “A missão é oferecer estilo de vida sustentável e fresco.”
Todos os produtos da loja levam as informações dos produtores — possuem a chamada rastreabilidade. “Colocamos até a foto deles na embalagem”, conta Laura, que tem entre os fornecedores agricultores familiares com os quais negocia diretamente. A meta é diminuir a diferença de preço entre orgânico e convencional. Em média, os produtos sem agrotóxicos são 10% mais caros. Já conseguimos equiparar o preço da banana, porque temos nove produtores exclusivos. Vamos fazer o mesmo com o morango.”
“O preço é uma das barreiras para o consumo sustentável”, explica Juliana, da Similarwebs. De fato, nem todo mundo está disposto ou pode pagar mais. De acordo com a Organis, empresa de promoção do setor, os orgânicos cresceram 106% nos últimos cinco anos. A maior parcela dos consumidores, 36%, tem de 34 a 45 anos. Apenas 3% das mulheres com 70 anos ou mais compram orgânicos. Segundo Mirella Gomieiro, diretora executiva de recursos humanos, tecnologia e sustentabilidade do Pão de Açúcar, há muitas dúvidas sobre as definições de produtos sustentáveis. “Atuamos em várias frente para informar.”
Com isso, o consumidor vem aprendendo mais sobre sustentabilidade, tanto com os meios de comunicação como com os professores. “As novas gerações estão ainda mais engajadas e valorizam o tema, que inspira grandes movimentos de mudança nos hábitos cotidianos”, diz Benjamin Rosenthal, especialista em cultura e consumo da Fundação Getulio Vargas. Ele se refere às campanhas pelo uso prolongado das roupas na moda, da alimentação saudável e do uso consciente dos recursos naturais, por exemplo. Talvez seja por tudo isso que a modelo Quetura Marques, de 31 anos, não abra mão do frango orgânico. “Sei a diferença de uma ave criada livre, que não recebe hormônios na alimentação. Vale a pena pagar mais caro, pela minha saúde e pela saúde dos animais.”
Fonte : survey monkey
Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Consumidor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:
Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Produtor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.