CI Orgânicos apoia produtores e facilita acesso a informações

Projeto nascido de uma parceria entre a Sociedade Nacional de Agricultura e o Sebrae, o Centro de Inteligência em Orgânicos inaugurou sua sede com uma cerimônia realizada na terça-feira, 10 de dezembro, no auditório da SNA, no centro do Rio de Janeiro. O CI Orgânicos (www.ciorganicos.com.br) é uma rede de geração e difusão de conhecimento, que reúne cerca de 500 publicações de vários pesquisadores do setor de orgânicos em diferentes categorias, mais de cem vídeos informativos e 3 mil fotos, além de estudos que apresentam novas tecnologias e informações desde a escolha da semente até formas de aumentar a competitividade no mercado.
“São quase dez anos de parceria com a SNA e ainda há muito o que fazer. Este projeto é uma iniciativa importante para a economia agrícola, porque permite aos pequenos produtores buscar conhecimento e apoio. E, para isso, a SNA e o Sebrae estarão preparados, atualizados com o que há de disponível no mundo em termos de informação”, afirmou Evandro Peçanha, diretor do Sebrae-RJ.

O site é coordenado por Sylvia Wachsner, que também está à frente de outro projeto da SNA no segmento, o OrganicsNet. Segundo ela, “interessa para o Brasil que tenhamos cada vez mais produtores que utilizem processos agroecológicos e orgânicos”.
Em seu discurso, o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, salientou que o projeto é um reforço bem-vindo para o setor no momento em que o agronegócio mostra a sua força na economia nacional. Alvarenga lembra que o Brasil saiu de uma posição de importador de alimentos, que ocupava 40 anos atrás, para o posto de um dos maiores produtores globais.

“O agro está segurando a peteca da nossa economia, que anda, muitas vezes, cambaleante por conta dos problemas internos e externos. 2014 será um ano de eleição e precisamos formar uma plataforma política que possa levar a importância do agro para todo o território nacional. Sem uma classe unida não chegaremos a lugar nenhum”, pontuou.
Setor em expansão
Aumentar a conexão entre rural e urbano é um ponto fundamental para impulsionar o consumo de orgânicos, de acordo com o pesquisador do Instituto Agronômico do Iapar Moacir Darolt, que ministrou palestra durante o evento. “As pessoas têm uma imagem do campo como algo atrasado. Mas, por outro lado, o campo tem o benefício de permitir contato com o meio ambiente, o que hoje se procura muito, para fugir do estresse da cidade. Já a cidade tem a imagem de poluída, mas também é onde moram 84% das pessoas no Brasil. A partir daí, a grande discussão é como aproximar o campo da cidade e escolher um modelo de consumo mais sustentável”, expôs o especialista.

Segundo ele, a agricultura orgânica pode estimular essa integração rural-urbana de diversas formas e, para isso, os processos de produção e os benefícios dos alimentos orgânicos precisam ser amplamente divulgados. Ele citou que, hoje, menos de 5% dos brasileiros sabem o que é um produto orgânico.
“Os consumidores de orgânicos são, em sua maioria, mulheres com idade entre 31 e 50 anos, com instrução superior e que comem menos carnes e mais vegetais. Elas começam a comprar e se tornam consumidoras fiéis”, relata Darolt.

Jardins comestíveis, hortas em casa – valendo também para pequenos espaços -, visitas planejadas a propriedades que praticam a agricultura orgânica e a adoção desse tipo de alimento na merenda escolar foram algumas das ações citadas por Darolt capazes de estimular o interesse dos consumidores por orgânicos.
Ele destacou também os chamados “circuitos curtos de comercialização”, modalidade que promove um canal direto entre o produtor e o consumidor, que tem a oportunidade de encontrar uma maior variedade de produtos e a preços mais justos.
“Entre os desafios estão educar o consumidor e também deixar claro, nesta mudança de hábitos, que o alimento não é apenas um alimento para o corpo, mas também para a mente, e deve contemplar relacionamentos saudáveis”, complementou.
Durante debate que deu sequência à palestra de Darolt, Maria Célia Souza, pesquisadora do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) e uma das autoras do livro “Ações para o desenvolvimento da Agricultura Orgânica em São Paulo”, projeto realizado em conjunto com o CI Orgânicos, defendeu que o modo orgânico de produção traz uma nova visão, ao integrar “não só a saúde de quem consome, mas também a de quem produz”. “Nossos produtores também se contaminam com insumos que não deveriam ser usados”, enfatizou ela.
Celso Merola Junger, chefe da Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário do Mapa-RJ, disse que o segmento “cresce mais do que os outros” e tem sido observado com atenção pelo ministério da Agricultura. “É um mercado em expansão e possui uma série de características importantes. Ainda temos que aprender muito com esses sistema de produção”, observou.
fonte: equipe/ SNA.
Veja mais noticias ao respeito:
DA AGÊNCIA BRASIL
A cadeia produtiva de alimentos orgânicos do país – incluindo agricultores, distribuidores e varejistas – conta agora com uma instituição especialmente dedicada à geração e difusão de conhecimentos do setor. A tarefa será do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), lançado hoje pela Sociedade Nacional de Agricultura, em conjunto com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O objetivo é fazer do CI Orgânico uma plataforma para a coleta e divulgação de informações estratégicas sobre a cadeia produtiva de alimentos e produtos orgânicos para o mercado, ajudando a incrementar a qualidade, a produtividade e a competitividade do setor. “No CI Orgânicos, produtores e consumidores terão um repositório onde estarão todas as informações sobre o setor”, disse à Agência Brasil a coordenadora do centro, Sylvia Wachsner.
Segundo informou, com o centro, os produtores terão um espaço onde poderão obter informações centralizadas, “porque a agricultura orgânica tem muito ainda a aprender e a crescer”. A instituição também está preocupada em oferecer informações para os consumidores. “Eles terão um lugar para saber o que é agricultura orgânica, o que é agroecologia. Dessa maneira, a gente aproxima produtores e consumidores com informações. E as pessoas podem aprender”.
No site www.ciorganicos.com.br, já podem ser consultados mais de 500 formulários e publicações técnicas, apostilas sobre agricultura orgânica, além de mais de 3 mil fotos. Na parte de inteligência da página eletrônica, podem ser consultados estudos de casos em Santa Catarina e São Paulo.
Todos os dados estão disponibilizados on-line, para facilitar a consulta por parte das pessoas interessadas. Adicionalmente, serão promovidas palestras e capacitações pelo CI Orgânicos.
A coordenadora do CI Orgânicos disse que o Brasil conta, hoje, com cerca de 12 mil unidades de produção orgânica. Dados recentes do Ministério da Agricultura mostram que o total do país com certificação orgânica alcança 1,5 milhão de hectares. Os estados que lideram o ranking nacional em termos de área orgânica certificada são Mato Grosso, com 622.800 hectares; Pará, com 602.600 hectares; e Amapá, com 132.500 hectares.
A expectativa de Sylvia Wachsner é que o mercado de orgânicos crescerá no Brasil, da mesma maneira como vem crescendo no exterior. “A agricultura orgânica e a agroecologia têm a ver com sustentabilidade. Não podemos continuar acabando com a nossa água e provocando mais erosão e perda de solo. O agricultor, pouco a pouco, vai entendendo que práticas agroecológicas, que vêm da agricultura orgânica, são boas até para uma agricultura convencional. Por isso, o setor vai seguir ampliando”.
Veja mais noticias ao respeito:
Centro de Inteligência de Orgânicos é criado para aumentar competitividade, JB
Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Consumidor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:
Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Produtor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.