Produtor de Orgânicos

Campanha Brasil Orgânico e Sustentável traz oportunidades

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Rio, 24 de janeiro de 2014.

Campanha Brasil Orgânico e Sustentável traz oportunidades, mas demanda maior preocupa produtores

Publicado em 23/01/2014

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Sylvia Wachsner, coordenadora do CI Orgânicos. foto Adilson Vasconcelos

Sylvia Wachsner: para atender demanda maior e aumentar variedade de produtos, agricultores precisavam de preparação bastante antecipada. Foto: Adilson Vasconcelos

Através da campanha Brasil Orgânico e Sustentável, criada para promover os produtos sustentáveis da agricultura familiar durante os megaeventos esportivos, o governo federal pretende gerar uma vitrine para o setor de orgânicos do país, onde, segundo uma pesquisa recente, menos de 5% da população sabem o que são alimentos considerados orgânicos e quais os seus benefícios.

O incentivo, no entanto, não veio acompanhado, na visão dos agricultores, de um estímulo ao planejamento da produção para atender uma demanda maior em tempo hábil. Segundo a coordenadora dos projetos OrganicsNet e Centro de Inteligência em Orgânicos, da SNA, Sylvia Wachsner, a campanha abre “novas portas de comunicação entre produtores e consumidores”, embora não tenha sido traçada, pelo governo, uma estratégia efetiva para o segmento.

“Se, durante as negociações da Fifa com o Comitê Olímpico, o governo tivesse estipulado cotas para se adquirir alimentos orgânicos brasileiros, provenientes de uma produção mais sustentável e limpa, teríamos hoje como atender melhor a demanda”, acredita Wachsner.

“Este tipo de negociação abriria portas para incrementar a produtividade, implementar cadeias de fornecimento e investimentos na agricultura orgânica. Mas, infelizmente, pensou-se nos estádios, mas não na produção de alimentos”, lamenta.

Segundo o coordenador de agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Rogério Dias, as ações feitas durante o mundial de futebol funcionarão como uma espécie de aquecimento para as Olimpíadas. “A análise das ações realizadas na Copa servirá para que o governo trabalhe com bases mais sólidas nas Olimpíadas”, explica ele, acrescentando que os agricultores que desejam incrementar a produção devem conhecer o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), lançado em outubro do ano passado, e “cobrar os órgãos do governo responsáveis pelo projeto”.

A campanha

O projeto Brasil Orgânico e Sustentável pretende funcionar como apoio à divulgação e comercialização dos produtos da agricultura familiar durante os eventos esportivos. Para isso, o governo está selecionando 60 empreendimentos no segmento para apresentar seus produtos em estandes localizados nas cidades que serão sede da Copa.

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Arnoldo de Campos, Consea

Arnoldo de Campos, do MDS, explica que objetivo da campanha é criar ambiente de negócios e divulgação. Foto: Ana Nascimento/MDS

De acordo com Arnoldo de Campos, secretário de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), no total, 12 quiosques vão oferecer produtos de diversas regiões do país, “inclusive daquela região específica em que será instalado o ponto de venda”.

Os interessados podem se inscrever até o dia 26 de janeiro no site do MDS. Para participar, é necessário possuir uma ou mais das seguintes certificações: Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar (Sipaf); Produto Orgânico do Brasil; Comércio Justo; Identificação Geográfica; ter maior percentual de sócios inscritos no Cadastro Único para programas sociais do governo; ou acessar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

O MDS determina ainda que os participantes deverão ter padrão de oferta aos mercados de bares, hotéis, restaurantes e varejo. “Queremos estabelecer cadeias de negócios mais próximas, promovendo conhecimento, diálogos com o setor privado, criando ambiente de negócios melhorado e divulgação”, explica Arnoldo de Campos.

Preços

O coordenador de Agroecologia do Mapa não prevê elevação “impactante” nos preços praticados durante o mundial. “A princípio, em altas temporadas, os preços sobem. Mas isso não está atrelado ao produtor e, sim, ao comerciante. Não avaliamos o aumento dos preços como algo impactante. Aliás, isso não seria benéfico para o próprio comerciante, pois os jogos duram pouco tempo”, avalia.

Informação não chega aos produtores

A falta de divulgação e conhecimento em torno do setor é um dos maiores entraves para o desenvolvimento da agricultura orgânica, como ressalta Sylvia Wachsner. “O maior problema que temos atualmente é a necessidade de pesquisar, divulgar e implementar tecnologias que enriqueçam a produtividade orgânica.”

Para ela, é essencial que as informações cheguem aos produtores, “na forma de extensão rural, dias de campo e escolas técnicas, entre outros meios”. “Tudo ainda é muito precário. Necessitamos que os pesquisadores, agrônomos, veterinários e zootecnistas compreendam e se interessem pela produção agroecológica e orgânica, como um caminho para construir no Brasil uma agricultura mais sustentável, que utiliza menos agrotóxicos e químicos. Precisamos melhorar nossos solos, a qualidade da água e outros aspectos. As práticas sustentáveis são o caminho.”

Por Equipe SNA/RJ

Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Consumidor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:

Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Produtor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:

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