Surfista produz café a partir de fezes de jacu, e grão vira iguaria vendida por de R$ 1.100 o quilo no Brasil
Na Camocim, um pássaro selvagem chamado jacu incomodava bastante, comendo os grãos maduros de café e deixando suas fezes no meio da lavoura. Era uma praga e chegamos a pensar em buscar um predador para ele, mas a história da civeta me inspirou a fazer algo com os resíduos do jacu — conta Sloper em conversa durante a Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte, este mês.
Foram mais de dois anos para chegar à elaboração do café exótico, batizado de Jacu Bird Coffee Bean. Hoje, o jacu ou jacuaçu, ave que lembra um faisão, é um aliado da plantação, “trabalhando” como um selecionador de grãos maduros e como alarme de quando iniciar a colheita.
Um quilo do café produzido com os resíduos deixados pelo pássaro na lavoura custa R$ 1.100 no Brasil e chega a quase R$ 10 mil no exterior, diz Sloper.
Até 20 quilos por dia
O cafeicultor estima que cerca de 200 jacus frequentem a Camocim na época de colheita. Sloper faz questão de dizer que eles são livres. Segundo ele, um trabalho científico feito na fazenda mostrou que o jacu consome quase toda a cafeína do grão no processo digestivo e elimina os grãos inteiros nas fezes.
São colhidos até 20 quilos de excrementos de jacu por dia na fazenda. Os grãos são então processados manualmente, passando por secagem em estufa, classificação e descascamento. Depois, são armazenados em câmara fria à espera dos pedidos, já que a produção é por encomenda.
Toda a produção de 4 mil sacas (de 60 quilos) anuais da Camocim é cultivada pelo sistema de agrofloresta.
Foram mais de dois anos para chegar à elaboração do café exótico, batizado de Jacu Bird Coffee Bean. Hoje, o jacu ou jacuaçu, ave que lembra um faisão, é um aliado da plantação, “trabalhando” como um selecionador de grãos maduros e como alarme de quando iniciar a colheita.
Um quilo do café produzido com os resíduos deixados pelo pássaro na lavoura custa R$ 1.100 no Brasil e chega a quase R$ 10 mil no exterior, diz Sloper.
A loja de luxo britânica Harrods compra o Jacu Bird Coffee Bean desde 2015, depois de exigir um certificado, emitido por autoridades brasileiras, confirmando que o pássaro não era confinado para produzir o grão diferenciado. O produto, que teve marca registrada por Sloper, é vendido na loja inglesa por 1.400 libras.
— A fazenda é um exemplo de regeneração de pasto abandonado. Meu avô, Olivar Araújo, teve a visão de que para produzir era necessário cuidar da água, do solo e das pessoas. Ele começou a plantar café com 86 anos e morreu com 101 anos, deixando um legado importante para mim. São mais de 60 anos sem uso de defensivos químicos no solo — conta.
Ele diz que precisou aprender a cultivar o café numa agrofloresta, identificando o tipo de árvore que oferece sombra favorável a cafeeiros:
— São aquelas que perdem folha no inverno, como ipê e liquidâmbar. Depois que descobrimos isso, passamos a colher 26 sacas por hectare, em vez de nove.
Hoje, a produtividade na Camocim, que tem certificações de produção orgânica e biodinâmica, é ainda maior: 35 sacas por hectare.
Formado em marketing, Sloper trabalhou 30 anos com moda antes de assumir a fazenda do avô. Hoje, ele compra outras 8 mil sacas de café orgânico de parceiros por ano e processa na fazenda. A maioria é exportada, especialmente da Europa, mas cresce o volume que fica no país.
— Há dez anos, 30 sacas eram destinadas ao mercado interno a cada ano. Este ano, foram 800. A pandemia ajudou o Brasil a acordar para o consumo de café de qualidade.
Fonte: O Globo
Conheça mais sobre a Fazenda Camocim, produtora do Jacu Bird Coffee:
Na Fazenda Camocim, existe uma vasta população de jacus pela adoção de práticas agroflorestais e ambientais. Até bem pouco tempo, as aves seriam consideradas uma praga, pois consomem grande quantidade de café diariamente.
Jacu Bird Coffee da Camocim Organic é um café orgânico e biodinâmico, cujos melhores grãos são selecionados , no pé, pelo jacu, ave nativa da Mata Atlântica. O jacu é um ave vegetariana que habita áreas florestadas e conservadas e sua presença é um sinal de saúde ambiental da região.
Inspirados no famoso Kopi Luak Coffee, da indonésia, nós da Camocim Organic adotamos o pássaro como parceiro na seleção natural de um café de alta qualidade. Uma vez alimentado pelos melhores frutos, o jacu elimina os grãos ao pé das árvores de café, que são colhidos manualmente pela nossa equipe, secos, limpos e guardados. Após um período de descanso, são enfim torrados para consumo.
O resultados é um café de rara qualidade, com o melhor aroma e sabor da fazenda. Recomendamos consumir em altas doses e com muito prazer, pois esse café é um presente da natureza para você.
*Blend de todas as variedades da Fazenda Camocim Organic, com peso maior dos cafés amarelos, preferido da ave. Sabor suave com acidez marcante, aromas frutais e florados.
Nossas embalagens são as mais recomendadas para cafés de alta qualidade pois possuem válvulas desgaseificadoras, alumínio e lamina de polietileno.
Este café possui certificação da BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais), que audita e aprova suas práticas ambientais e sociais. Esta certificação pode ser conferida através do selo de qualidade numerado disponível na parte traseira dos pacotes.
Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Consumidor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:
Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Produtor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:
Tags: Agricultura Sustentável, biodinâmicos, café biodinâmico, café orgânico, café orgânico e biodinâmico, cafés especiais, Grãos Biodinâmicos, Jacu Bird, Pássaro Jacu.
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