Produtor de Orgânicos

Alternativas para o manejo da sanidade animal na pecuária leiteira orgânica

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Rio, 24 de janeiro de 2025.

A preocupação crescente por parte dos consumidores com a saúde, a degradação ambiental e o bem-estar animal estimulam a busca por sistemas pecuários que valorizem estes princípios, sendo a pecuária leiteira orgânica uma das diversas possibilidades existentes. Os produtos orgânicos são, em geral, identificados pelo público consumidor como de melhor qualidade, tendo inclusive melhor remuneração do que os análogos convencionais.

Há muitos desafios na implantação de sistemas pecuários orgânicos, sendo a sanidade animal talvez o que desperte mais interesse e busca de informações técnicas por parte dos pecuaristas. Dúvidas acerca do que é ou não permitido pela Lei dos Orgânicos e como aplicar as diferentes abordagens preventivas e terapêuticas são frequentes e não devem desestimular a adoção da pecuária leiteira orgânica.

A publicação “Alternativas para o Manejo da Sanidade Animal na Pecuária Leiteira Orgânica” traz uma síntese sobre o conhecimento atual no tema esclarecendo dúvidas e fornecendo orientações técnicas para aqueles que desejam aderir à pecuária orgânica.

Em 2018 o Brasil foi o quarto maior produtor de leite do mundo, com cerca de 33,8 bilhões de litros, o que representa cerca de 7% da produção mundial de leite, ficando atrás dos Estados Unidos, China e Índia (CENTRO DE INTELIGÊNCIA DO LEITE, 2020). Segundo dados do CEPEA de 2019 (IBGE, 2019), o preço médio pago ao produtor por litro de leite foi de R$ 1,36.

Dentre as 1.913 empresas de captação de leite que participaram do estudo, 720 estavam registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), 884 no Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e 309 no Serviço de Inspeção Municipal (SIM), respondendo, respectivamente, por 90,7%, 8,6% e 0,7% do total de leite captado (IBGE, 2019). De acordo com Rocha & Carvalho (2020), em 2017 eram 11,507 milhões de vacas ordenhadas com produtividade de 2.621 L/vaca/ano, envolvendo 1,176 milhão de produtores.

Na pecuária brasileira tradicional, o controle das doenças dos animais é geralmente feito pelo uso de diversos produtos de síntese química que, além de potenciais efeitos colaterais indesejáveis no organismo, em muitas situações deixam resíduos tóxicos, que contaminam e podem comprometer o agroecossistema. Porém, é cada vez maior a demanda mundial por alimentos de melhor qualidade, sem resíduos e com maior valor nutricional. Segundo

Mitidiero (2002), com o aumento da produção no Brasil desses produtos, dos quais muitos são exportados, foi publicada a Instrução Normativa nº 007 do

MAPA, com as diretrizes permitindo a utilização de tratamentos envolvendo a homeopatia, fitoterapia, acupuntura e outros que não deixem resíduos. Kijlstra & Eijck (2006) reportaram que a produção orgânica de animais é um meio de produção de alimentos com um grande número de regras direcionadas a um alto status de bem-estar animal, cuidado com o meio ambiente, uso restrito de medicamentos e produção de um alimento saudável sem resíduos

(pesticidas ou medicamentos). As intenções da produção orgânica de animais foram formuladas pela Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (IFOAM, 2005) e foram implementadas pelo regulamento da EU 2092/91 em 2000.

Neste contexto, a prevenção de doenças na agricultura orgânica é baseada nos princípios de um animal que pode exibir comportamento natural não sujeito ao estresse, e alimentado com dieta formulada com insumos orgânicos, que atende às suas exigências nutricionais e terá maior capacidade de lidar com infecções, do que os animais criados em sistemas convencionais. Diante deste fato, seriam necessários menos tratamentos e, se um animal adoecer, devem ser preferidos tratamentos alternativos, em vez de medicamentos convencionais.

Como a produção orgânica não faz parte dos currículos escolares da maioria dos cursos de Ciências Agrárias, raros são os profissionais que sabem usar as alternativas para o manejo sanitário neste sistema. Kijlstra & Van Der Werf (2005), Honorato et al. (2007) e Mathie et al. (2012) relataram que a falta de evidências científicas da eficácia dos produtos é outro motivo que leva os criadores a não utilizarem produtos homeopáticos e/ou fitoterápicos como alternativa aos tratamentos alopáticos.

Em uma meta-análise realizada por Mathie (2012), avaliando pesquisas em homeopatia veterinária, foram encontrados 150 registros desde março de 2011 em todas as bases, que reúnem trabalhos com homeopatia. Porém destes 150, somente 38 puderam ser avaliados, pois traziam informações completas sobre o tratamento clínico e estavam publicados em forma de artigos. Isto vem reforçar a necessidade de trabalhos realizados nas mesmas condições, raças, categorias, tratamentos utilizados (forma de aplicação e dosagens), para que possam ter repetibilidade, e assim validar mais produtos homeopáticos e verificar sua viabilidade econômica em sistemas orgânicos.

Argumentos estes também expressados por Menezes (2012) e Rezende (2014), quando afirmaram que uso de medicamentos homeopáticos requer conhecimento prévio a respeito dos princípios, filosofias e metodologias próprias.

O objetivo desta revisão é abordar as formas alternativas de tratamento sanitário com homeopatia e fitoterapia, que possam ser utilizadas em um sistema de produção de leite orgânico.

Clique na imagem abaixo e confira publicação da Embrapa Alternativas para o manejo da sanidade animal na pecuária leiteira orgânica:

Fonte:  Embrapa Agrobiologia

Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Pecuária Leiteira Orgânica da Sociedade Nacional de Agricultura:

Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Produtor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:

Aproveite para conhecer o Canal CI Orgânicos, apoiamos a cadeia de produção de alimentos e produtos orgânicos, desenvolvendo e divulgando materiais de interesse de produtores e consumidores.

Clique na imagem abaixo e confira a publicação Como Produzir Milho Orgânico? da Sociedade Nacional de Agricultura:

Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Consumidor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:

Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Como Produzir Goiaba Orgânica? da Sociedade Nacional de Agricultura:

 

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