Cooperativas do MST desejam captar R$ 17.5 milhões em CRA

Um grupo de sete cooperativas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) apresentou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um prospecto preliminar com o plano de captar, no mercado financeiro, R$ 17.5 milhões com uma emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), instrumento utilizado pelos grandes produtores para financiar a produção.
A maior parte das cooperativas, que atuam na região sul, foram criadas na primeira metade da década de 90, com a consolidação de assentamentos de trabalhadores rurais estabelecidos pelo INCRA. Atuam nos programas de compras de do setor publica, no varejo regional e algumas exportam sua produção.
O tíquete de mínimo de emissão de R$100, pretende-se incentivar a participação das pessoas físicas. Os CRA são lastreados em Cédulas de Produto Rural Financeira (CPR-F), contam com a garantia em produção futura e emitidas em favor da Gaia Impacto, a securitizadora da emissão de CRA.
A emissão terá uma cota “sênior” de R$ 14.5 milhões, e outra cota, “subordinada”, cuja colocação será privada.
As sete cooperativas são conhecidas pela produção orgânica ou agroecologia e pela valorização de boas praticas ambientais.
Cootap
Uma das mais conhecidas, a Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre Ltda. (Cootap), fundada em 1995, é responsável pela maior produção de arroz agroecológico do país, que chega a 20.000 toneladas ao ano. Comercializam no mercado interno e exportam para os Estados Unidos e a Europa.
Desde 2004, são certificados como CERES, como orgânicos pela IMO Control do Brasil para venda no mercado nacional sob a marca “Terra Livre”.
Coana
Entre as maiores cooperativas de reforma agrária do Paraná, criada em 1995, a Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária Avante (Coana) atua em diversos segmentos, produzindo desde lácteos, arroz, óleos, cereais, farinhas, criação de animais, frutas e processados de frutas, cana e seus derivados e madeira. Seus produtos aparecem nos mercados sob a marca “Campo Vivo”.
Além do apoio à produção, sempre em caráter agroecológico e orgânico, a Coana também apoia a implantação de reflorestamento com inclusão social e econômica em pequenas propriedades.
Coapar
A Cooperativa de Produção, Industrialização e Comercialização Agropecuária dos Assentados e Agricultores Familiares da Região Noroeste do Estado de São Paulo (Coapar), formada em abril de 2001, é uma das poucas cooperativas de fora da região Sul nessa emissão, é uma referência para os assentados e conta com mais de 900 familias.
Os principais itens são lácteos, hortifrúti e feijão. Apoia, também no beneficiamento e a industrialização da produção. Seus produtos, vendidos sob as marcas “Melhor Campo” e “Coapar”, têm o Selo da Agricultura Familiar e agora busca reconhecimento no Sistema de Inspeção Federal (SIF).
Cooperoeste
A Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo Oeste (Cooperoeste), com sede em São Miguel do Oeste (SC), encontrou sua vocação na atividade leiteira, comercializado o produto sob as marcas “Amanhecer” e “Terra viva”.
A cooperativa surgiu há 11 anos. A região do extremo oeste catarinense possui hoje 14 assentamentos com 550 famílias assentadas. Na Cooperoeste, os associados são 1.257, enquanto os produtores de leite que atendem a organização são 1.485.
Copacon
Fundada em 1993 a Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização Conquista (Copacon) tem sua sede em Londrina e um histórico de crescimento robusto. Sediada em Londrina, a cooperativa apoia a produção e comercialização feitas pelos assentados em um raio de 200 quilômetros. Hoje, ela já possui uma agroindústria de cereais e uma pequena frota própria de caminhões para apoiar o escoamento dos produtos.
Seus associados produzem milho, feijão, farinhas, produtos hortifrutigranjeiros, lácteos, café, cana e derivados, madeira e criam animais. Os produtos sao comercializados sob a marca “Campo Vivo”.
Copavi
Com sede em Paranacity (PR), a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória (Copavi) reúne pequenos produtores familiares que atuam em diversas atividades rurais, mas os destaques ficam por conta da cachaça artesanal e orgânica e do açúcar mascavo, vendidos sob a marca “Camponeses”, e dos iogurtes, do açúcar e do melado vendidos sob a marca “Copavi”. Seus produtos certificados como orgânicos pela Rede Ecovida, e a cachaça e derivados de cana, pelo IBD.
Fonte, leia a noticia completa: Valor
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