Congresso Brasileiro de Agroecologia, mostra que está consolidado

A oitava edição do Congresso Brasileiro de Agroecologia foi encerrada semana passada em Porto Alegre (RS), no Centro de Eventos da PUC-RS, como importante espaço de afirmação e consolidação da Agroecologia no país, trazendo para o debate temas extremamente atuais e pertinentes, todos relacionados à saúde do planeta. A problemática dos agrotóxicos e dos transgênicos, a relação entre educação e Agroecologia, a saúde humana e do meio ambiente e questões ligadas à economia e aos modelos de desenvolvimento foram os temas tratados nas inúmeras palestras, apresentações e painéis durante os quatro dias de intensa programação, assistida por mais de quatro mil pessoas.
“Um ponto em comum que permeou todas as apresentações foi o sentimento de que não podemos mais ignorar que o planeta está doente e que temos que ser proativos e não perder mais tempo em tentar salvá-lo. Faz-se necessário um novo paradigma, entendido como uma visão de mundo que é compartilhada por uma comunidade, tendo como base a Agroecologia, e uma mudança mais profunda de visão, com o objetivo de superar o forte consumismo arraigado na atual sociedade, as relações econômicas que apenas enxergam os bens da natureza como recursos para gerar lucro. Só teremos uma agricultura sustentável quando tivermos uma sociedade também sustentável. Para isso, devemos construir relações nesse sentido, e eventos como o Congresso Brasileiro de Agroecologia são fundamentais nesse processo”, afirmou o diretor da Emater/RS e presidente da Comissão Organizadora do CBA, Gervásio Paulus.
Durante a plenária final, o presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Paulo Pertersen, lembrou os dez anos de criação do Congresso. “Nesta edição, escolhemos situar a Agroecologia na história. Pensar onde estávamos, como chegamos e aonde queremos ir, por que se não tivermos a capacidade de fazer essa reflexão não vislumbraremos novas perspectivas”, avaliou Petersen. O dirigente anunciou também o nome da nova presidenta da ABA que é Irene Maria Cardoso, de Viçosa, Minas Gerais.
O agricultor de Sinimbu, Arno Hirsch, esteve pela primeira vez no Congresso e achou muito interessante as palestras que abordaram temas como o uso de agrotóxicos. Já o professor mineiro de Biologia, Daniel Pinila, viajou até Porto Alegre por outro motivo: para trocar informações e conhecimento agroecológico com outros grupos e participar do 5º Encontro Nacional de Grupos Agroecológicos (ENGA).
Assim como Arno e Daniel, os motivos que levaram as mais de 4.300 pessoas ao CBA foram os mais diversos: trocar conhecimento, aprender, buscar informações, palestrar, apresentar trabalho, comercializar ou simplesmente vivenciar experiências agroecológicas. Os participantes vieram de muitos recantos do Brasil e de outros países como Argentina, Equador, México, Estados Unidos, Bélgica, França, Venezuela, Itália, Noruega, e Espanha.
Foram inscritos 1.055 trabalhos científicos e acadêmicos, além da realização de inúmeras palestras, oficinas, apresentação de relatos de experiências e troca de sementes. Também ocorreram mostras fotográfica e de vídeo e intercâmbio de conhecimentos.
Além da apresentação da Carta de Porto Alegre, a plenária final do VIII CBA – Agroecologia referendou cartas de moção e de repúdio. Entre elas, uma aprovada por unanimidade, em defesa da manutenção do status de empresa filantrópica da extensão rural gaúcha. Em 2014 o CBA será realizado em Belém (PA).
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