Alternativa ao sintético

Pesquisadores desenvolvem substrato orgânico a partir de resíduos de grama, com alta qualidade e que pode ser produzido pelos próprios agricultores
Os sistemas orgânicos de produção agropecuária já são uma realidade no Brasil. É possível encontrar produtos de origem orgânica em supermercados, feiras e lojas especializadas. Com o objetivo de colaborar com produtores de agricultura orgânica, que tem grandes dificuldades para encontrar alternativas a substratos sintéticos, o Grupo de Pesquisas em Plantas Hortícolas e Paisagismo do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveu uma alternativa viável de produção de substratos, que pode ser produzido pelos próprios agricultores dentro de suas propriedades rurais.
Dependentes
Os substratos são utilizados atualmente como substituto do solo, e devem conter algumas características similares a esse, servindo de suporte, fornecendo nutrientes e água as espécies cultivadas, ainda sendo necessário que sejam livres de pragas, doenças e outros contaminantes que prejudiquem as plantas.
Atualmente, os substratos mais comuns utilizados — embora sejam de origem orgânica — são, em sua maioria, altamente dependentes de fertilizantes de origem mineral para que as plantas possam se desenvolver até o final de seu ciclo.
Pensando em uma alternativa para essa questão, os pesquisadores da UFSCar, aproveitando-se da poda da grama, realizada para manutenção das áreas de gramados dos jardins do Campus Araras da Universidade, passaram a utilizar esse resíduo como fonte para criação de substrato para o cultivo de plantas, com características parecidas com os substratos presentes no mercado.
Por meio da compostagem, um processo bioquímico ativado por microrganismos que transforma moléculas complexas em substâncias simples, realizada com o auxílio de outro resíduo — o esterco do gado — foi desenvolvido um produto de alta qualidade visual e horticultural, sem odores indesejáveis, alta retenção de água e capaz de suportar o cultivo de plantas com alta exigência nutricional, seja para produção de mudas em bandejas ou seu cultivo em vasos, sem a necessidade de inclusão de adubação complementarde origem mineral.
Resultados surpreendentes
Misturados e compostados por aproximadamente 60 dias e, até o momento, testado em mais de dez espécies utilizadas na horticultura, entre hortaliças, flores e plantas medicinais, comparando os substratos convencionais com o substrato desenvolvido na UFSCar, os resultados foram surpreendentes. A melhora foi considerável tanto na germinação de sementes, quanto no enraizamento de estacas, e no desenvolvimento vegetativo das mudas e também de plantas adultas. Já o incremento reprodutivo foi constatado em todas as espécies testadas.
A partir de agora, os produtores orgânicos e outros que queiram adotar essa tecnologia na sua produção de hortaliças, flores ou mudas, têm à disposição esta nova opção de ubstrato para sistemas orgânicos, sem a necessidade de uso de fertilizantes ou adubos minerais para o cultivo. O CCA da UFSCar têm sido referência na formação profissional de jovens voltados a essa nova realidade da agricultura, como também no desenvolvimento de tecnologias acessíveis e que possam ser reproduzidas na propriedade rural, reduzindo os custos de produção e dando mais autonomia ao produtor rural.
Fonte: A Lavoura
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