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Técnicas simples reduzem o “mato” e dispensam herbicidas em lavouras orgânicas

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Rio, 21 de agosto de 2025.

Ao contrário do manejo convencional, que tratam as plantas “invasoras” como inimigo, a abordagem agroecológica valoriza o convívio equilibrado entre espécies.

Um estudo da Embrapa mostra que é possível, em lavouras de grãos, reduzir o uso de capina e eliminar a necessidade de herbicidas no controle de plantas espontâneas, também chamadas de “invasoras”.

A solução é usar técnicas simples como rotação de culturas, cobertura do solo e semeadura direta. A descoberta beneficia especialmente lavouras orgânicas e agroecológicas, nas quais não são aplicados produtos químicos.

A pesquisa foi realizada no Cerrado goiano, em ambiente tropical, e avaliou diferentes formas de manejo ao longo de quatro anos.

O experimento foi conduzido na Fazendinha Agroecológica da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás (GO), em uma área de transição de sistema convencional para sistema orgânico e agroecológico.

O objetivo foi observar como diferentes plantas de cobertura e modos de preparo do solo influenciam a presença de plantas espontâneas, popularmente chamadas de “mato”, mas que, em sistemas agroecológicos, são entendidas como parte da biodiversidade.

Convivência e equilíbrio no campo

Ao contrário do manejo convencional, que trata o “mato” como inimigo, a abordagem agroecológica valoriza o convívio equilibrado entre espécies.

Nessa lógica, as plantas espontâneas participam da dinâmica dos agroecossistemas e podem ser controladas com práticas de manejo que incluem rotação de culturas, uso de sementes de qualidade, adequação das épocas de plantio e mecanização adaptada.

“O manejo agroecológico para a produção orgânica de grãos pressupõe a preservação, a recuperação e a manutenção da agrobiodiversidade local e dos recursos naturais envolvidos na atividade produtiva”, destaca a Embrapa.

Nos quatro anos de estudo, os pesquisadores alternaram lavouras de milho e feijão com diferentes espécies de plantas de cobertura, como crotalária, guandu, mucuna-preta e sorgo vassoura.

Esses cultivos ocuparam a entressafra e foram comparados a áreas em pousio, mantidas apenas com vegetação espontânea. Os sistemas de preparo convencional do solo — com grades aradora e niveladora — também foram comparados ao plantio direto.

No início de cada período chuvoso, os resíduos vegetais eram manejados e deixados sobre o solo para semeadura direta ou incorporados no sistema convencional. Essa estratégia permitiu observar, ano após ano, a resposta das plantas espontâneas à cobertura do solo.

Tiririca sob controle

Um dos principais resultados foi o controle da tiririca, uma das plantas espontâneas mais agressivas nos trópicos.

“Em sistema de semeadura direta, a população de tiririca foi também reduzida em cerca de três vezes comparativamente ao sistema de preparo convencional do solo”, relata o pesquisador da Embrapa Agostinho Didonet, um dos coordenadores do trabalho.

Segundo ele, sorgo vassoura, milheto e crotalária se destacaram por sua maior capacidade de cobertura do solo e geração de biomassa, reduzindo a incidência da tiririca.

A pesquisa também identificou avanços no controle da trapoeraba. O uso de crotalária, guandu e mucuna praticamente dobrou a supressão dessa espécie em comparação ao pousio. Nesse caso, o tipo de preparo do solo, seja convencional ou direto, teve pouco impacto no resultado.

Um caminho para a sustentabilidade

Os dados mostraram que, de forma geral, plantas de cobertura em sistema de semeadura direta reduzem a competitividade das espontâneas nas lavouras de milho e feijão orgânicos. A combinação de rotação de culturas, diversidade vegetal e manejo da cobertura permitiu alcançar equilíbrio entre espécies, sem predomínio de uma única planta.

“Os experimentos indicam que a semeadura direta é importante aliada da produção de grãos em sistemas agroecológicos”, analisa Didonet.

Para além dos resultados técnicos, o estudo reforça a relevância da agroecologia como alternativa sustentável. Ao imitar processos naturais, os sistemas agroecológicos buscam preservar o solo, a água e a biodiversidade, assegurando a produtividade agrícola no longo prazo e reduzindo a dependência de insumos químicos.

Fonte: Embrapa

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