Possibilidades da pecuária orgânica no Brasil: Embrapa
No Brasil, o consumo de produtos orgânicos cresceu, em 2020, 30% em relação a 2019, com movimento de cerca de R$ 5,8 bilhões, segundo dados da Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis). Entre esses produtos, estão carnes, leite e ovos orgânicos. As pesquisas e tecnologias da Embrapa e parceiros utilizadas na produção na pecuária orgânica foram apresentadas pelo pesquisador João Paulo Guimarães Soares, da Embrapa Cerrados (DF), em palestra na Expoabra Digital 2021, no painel “Contribuições das instituições públicas na produção orgânica”, realizado durante a Semana do Alimento Orgânico no Distrito Federal.
O pesquisador apresentou números estimados da pecuária orgânica no Brasil em 2010 e 2012, a partir de projetos de pesquisa. “O Brasil não dispõe, hoje, de dados estatísticos oficiais da produção (orgânica). Temos um cadastro nacional e único de produtores de orgânicos Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mas não temos estimativas de produção e produtividade”, informou.
Ele detalhou informações geradas pelas pesquisas em avicultura orgânica, como a viabilidade de produção orgânica de ovos comerciais de galinhas e outras aves, a exemplo do sistema convencional, o modelo integrado de produção de ovos orgânicos com o genótipo Embrapa 051, formulações alternativas de rações para poedeiras, a possibilidade de produção de carne orgânica de frangos (como o genótipo Embrapa 041, de crescimento lento para uso em sistemas orgânicos) e outras aves.
Da mesma forma, a carne orgânica de suínos também pode ser produzida, a partir do sistema intensivo de suínos criados ao ar livre (Siscal) para porcas e leitões, já existente e que se adapta à produção orgânica, com recria e engorda em áreas com pastagens e piquetes. Devem ser usados genótipos de crescimento lento e de melhor qualidade da carne e peso mínimo ao abate de 85 kg.
“Assim como não podemos abater aves com menos de 81 dias, não podemos abater suínos com menos de 85 kg. A agricultura orgânica não quer fast food. Outra possibilidade é a produção de carne orgânica de ruminantes com a criação de bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos em sistemas de produção extensivo ou semiextensivo em áreas de pastagens.
“O sistema de produção em pastagem é o sistema mais adequado nas condições tropicais do Brasil. É viável economicamente e mantem o bem-estar animal, sobretudo porque não é permitido para a criação de bovinos (orgânicos) em confinamento completo”, explicou Soares, que ainda detalhou as recomendações de manejo dos animais.
Soares finalizou a apresentação com os principais resultados das pesquisas, elencou algumas observações para a produção animal orgânica: a produção de ruminantes requer áreas de forragens; a produção de animais monogástricos necessita, além da forragem, de cereais; apenas 15% e 20% da matéria seca/dia pode ser adquirida fora da propriedade, respectivamente; apesar do menor investimento e custeio, esses sistemas requerem mais mão de obra; maior preocupação com o meio ambiente, bem-estar animal e ausência de resíduos; os mercados locais e regionais são preferenciais para produtos frescos; carne, leite e ovos têm valor agregado e, se processados, podem alcançar mercados mais distantes e rentáveis da rede de varejo global.
Veja a matéria completa, fonte Embrapa Cerrados:
Breno Lobato (MTb 9417-MG), Embrapa Cerrados
Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Consumidor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:
Clique na imagem abaixo e confira na íntegra o Guia do Produtor Orgânico da Sociedade Nacional de Agricultura:
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