O capim-cidreira age como calmante, além de combater a ansiedade e insônia leve. Crédito: Divulgação
Perguntas e demandas de capacitação sobre as hortas medicinais são frequentes e a Divisão de Extensão Rural da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (Cati-CDRS/SAA), é referência no Estado de São Paulo, quando se trata de treinamento nessa área. As solicitações vêm tanto de prefeituras como de escolas públicas, órgãos ligados à assistência social, de grupos de produtores rurais.
“Plantar e manejar uma horta é uma terapia para se obter a saúde integral, pois produz alimentos e remédios, promove atividades saudáveis para o corpo, com a exposição ao sol, principal fonte de vitamina D, e proporciona momentos de reflexão, meditação, contemplação e de sensações (aromas e sabores) que beneficiam a mente e o espírito”, afirma a engenheira agrônoma Maria Cláudia Silva Garcia Blanco, que atua na Divisão de Extensão Rural da Cati-CDRS.
Segundo ela, durante a pandemia, quando as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa, montar uma horta tornou-se uma atividade saudável para a família e, também, por esse motivo, as demandas foram maiores. “Os cursos presenciais não foram possíveis, assim como a realização da Semana de Fitoterapia, evento em parceria com a Prefeitura de Campinas, o que acabou ocorrendo on-line, porém as demandas, durante esse tempo, só se intensificaram”, relata Maria Cláudia.
Segundo ela, que é especialista nessa área, é possível ter uma horta medicinal cultivada junto com hortaliças, no meio de um pomar, no jardim, no quintal e até em apartamentos, nesse caso, em recipientes como vasos, garrafas PET, caixotes. “Basta escolher aquelas que mais agradam ao paladar ou que irão auxiliar em algum problema de saúde”, diz a agrônoma.
Foto: divulgação.
Primeiros passos
Conforme Maria Cláudia, primeiro, ter uma ideia de onde a horta será montada e a área disponível, se será em terra, em vaso. Ela acrescenta que também é importante conhecer sobre cada planta medicinal que se pretende cultivar, como a sua identificação botânica; o tipo de crescimento ou porte, se é erva, arbusto, trepadeira, árvore etc., de acordo com o local de plantio; a necessidade de luz (a pleno sol, à meia-sombra ou à sombra); e a necessidade de água (se será preciso fazer regas abundantes, regas moderadas, frequentes ou, até mesmo, se as plantas escolhidas têm pouca necessidade de água).
O segundo passo, conforme a técnica, é escolher mudas ou sementes sadias, de boa procedência, e preparar o solo para recebê-las. “Se forem direto no solo, os canteiros precisam ter cerca de 30cm de altura para proporcionar uma boa drenagem. A recomendação é utilizar 100g/m2 de calcário para correção da acidez do solo e cerca de 3 a 5kg/m2 de húmus ou composto orgânico para adubar e proporcionar boa textura ao solo. “Se a escolha forem recipientes, deve-se utilizar uma mistura de terra, composto orgânico/húmus ou torta de mamona”, orienta Maria Cláudia.
Quanto aos adubos ou calcário, entre outros nutrientes e corretivos, ela indica é seguir as recomendações das embalagens. “Para uma horta de maior porte, consulte um engenheiro agrônomo, mas uma dica importante para iniciantes é de colocar no fundo dos recipientes pedriscos, cacos ou argila expandida para drenar o excesso de água”, orienta.
Outra observação, de acordo com a técnica, é fazer a semeadura na profundidade certa, ou seja, quanto menor a semente, mais superficial deve ser a semeadura. “No caso de mudas, deve-se ter cuidado ao retirá-las dos saquinhos ou copinhos onde costumam ser vendidas, e, ao colocá-las em buracos na terra, dar um leve apertão com as mãos ao redor ajudará a fixá-las”, recomenda. “Precisa regar bem, sem encharcar, e cobrir o solo do canteiro ou do vaso com capim seco, casca de arroz, etc., para evitar a erosão e os respingos de terra nas plantas quando forem regadas.
As mudas podem ser adquiridas no mercado, em viveiros ou, também, ser cultivadas a partir de sementes, estacas de galhos ou outras estruturas como os rizomas e os rebentos, dependendo de cada planta. Também é preciso adubar com composto orgânico ou torta de mamona, a cada dois ou três meses, para o bom desenvolvimento das plantas.
Escolha das plantas
Para dar início a uma horta medicinal, algumas plantas são essenciais e não podem faltar: alecrim, babosa, boldo, capim-cidreira, hortelã comum e manjericão. A nutricionista Beatriz Cantúsio, também da Divisão de Extensão Rural da CATI-CDRS/SAA e que acompanha e promove cursos em nutrição e saúde, recomenda alguns usos medicinais dessas plantas.
“O chá das folhas de alecrim, por exemplo, é anti-inflamatório, antisséptico, cicatrizante, antioxidante e contra má digestão e distúrbios circulatórios. Já o chá de boldo, é digestivo e combate o mal-estar ocasionado por intoxicação alcoólica. O capim-cidreira é um calmante e combate a ansiedade e insônia leve”, explica.
A nutricionista acrescenta que o manjericão, conhecido na culinária, também tem poderes digestivos e seu chá combate os sintomas da gripe, além de ser antioxidante. Por sua vez, a hortelã pode ser usada como antiparasitário para amebas e giárdia. “Nesse caso, as folhas de hortelã, depois de secadas à sombra, podem ser trituradas até virarem um pó para ser usado misturado com mel ou em sucos”, esclarece a nutricionista.
Maria Cláudia pode ser contatada pelo e-mail maria.blanco@sp.gov.br e Beatriz Cantusio Pazinato, pelo e-mail beatriz.pazinato@sp.gov.br.
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