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Como o Sonho britânico da Whole Foods virou um pesadelo financeiro de 20 anos

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Rio, 19 de setembro de 2025.

Controlada pela Amazon, maior rede de alimentos orgânicos do mundo acumula prejuízos e não consegue se conectar com o público do Reino Unido.

A notícia desta semana de que a Whole Foods Market registrou prejuízo em suas operações no Reino Unido e de que as receitas caíram não causou grande surpresa para a rede de supermercados de alto padrão, que passou mais de duas décadas tentando conquistar a Grã-Bretanha.

A empresa informou prejuízo antes de impostos de cerca de US$ 27 milhões (R$ 148.5 milhões) no ano encerrado em 31 de dezembro de 2024, apesar de uma queda de 14% nos custos operacionais, que ficaram em torno de US$ 65.5 milhões (R$ 360.25 milhões) no ano passado. Esse resultado se soma a um déficit semelhante de US$ 31.3 milhões (R$ 172.15 milhões) no ano anterior.

Os números significam que o negócio acumulou mais de US$ 271 milhões (R$ 1.490 bilhão) em perdas desde a estreia no Reino Unido em 2004. Depois de aberturas e fechamentos, atualmente conta com apenas seis unidades no país, todas em Londres.

As lojas de Fulham e Richmond contribuíram para as vendas apenas até 10 de junho, quando foram fechadas. Já as margens da rede encolheram no período em razão do fechamento dessas unidades combinado ao aumento dos custos da cadeia de suprimentos, conforme mostraram as contas recentemente arquivadas.

Apesar dos números negativos, a Whole Foods, controlada pela Amazon, parece não desistir da Grã-Bretanha. Em março, abriu sua primeira nova loja no Reino Unido em uma década, um espaço de 21.800 metros quadrados na Kings Road, em Londres, famosa por suas lojas de moda.

Um porta-voz da Whole Foods Market afirmou: “Continuamos a focar no crescimento sustentável no mercado do Reino Unido, como demonstrado pela nossa bem-sucedida abertura na King’s Road. Esta nova unidade representa nosso compromisso em atender mais clientes e comunidades no Reino Unido, mantendo nossos padrões de alta qualidade e parcerias locais.”

Whole Foods Luta Para Se Conectar

Por que a Whole Foods não consegue se conectar com o público britânico? A rede, com sede em Austin, chegou em 2004 cheia de expectativas, mas enfrentou obstáculos persistentes, que vão de custos elevados a mudanças no comportamento do consumidor. O nicho de alimentos orgânicos e de alto padrão no Reino Unido é pequeno e disputado, com redes como Waitrose e Marks & Spencer já bem posicionadas para atender o mercado e com ampla rede de lojas.

Há também um descompasso cultural. Nos Estados Unidos, a escala da Whole Foods permite que os orgânicos premium sejam uma oferta central. No Reino Unido, muitos consumidores esperam uma combinação de preço, conveniência e variedade. Waitrose e Marks & Spencer oferecem exatamente isso, de produtos premium a itens básicos com preços competitivos.

Em contrapartida, a Whole Foods tem dificuldade em se livrar da percepção de que oferece apenas artigos caros e luxuosos em um momento em que muitos consumidores britânicos seguem muito sensíveis a preços, especialmente após os últimos anos de inflação. Isso torna difícil sustentar o modelo de preços premium da rede fora de bairros centrais e abastados.

Os custos operacionais também pesam. Grandes lojas-conceito, como a unidade de 80.000 metros quadrados em High Street Kensington, são caras de manter. Além disso, as localizações em Londres frequentemente oferecem estacionamento limitado, o que faz com que as vendas se concentrem em conveniência e comida pronta, e não em compras semanais.

Whole Foods Entra Pelo Fresh & Wild

A entrada inicial da Whole Foods no Reino Unido se deu pela aquisição da rede Fresh & Wild, formada por lojas menores em áreas nobres. A primeira unidade de grande porte da Whole Foods no país foi aberta em junho de 2007, na High Street Kensington, importante via comercial de luxo. Essa loja-conceito, instalada no antigo prédio da loja de departamentos Barkers, foi extremamente ambiciosa, distribuída por vários andares e com múltiplos salões de alimentação e restaurantes.

Nos anos seguintes, a Whole Foods tentou expandir ainda mais, com novas lojas em bairros ricos de Londres, como Richmond e Fulham, além de Glasgow e Cheltenham, entre outros. No entanto, muitas dessas operações não foram lucrativas ou precisaram ser fechadas. Os prejuízos aumentaram e, por volta de 2014, a divisão britânica já acumulava mais de US$ 135 milhões (R$ 742.5 milhões) em perdas.

Desde então, e após a aquisição global da Whole Foods pela Amazon em 2017, houve um período de retração e reestruturação. Fechamentos de lojas, incluindo Richmond e Fulham, e a racionalização da logística fizeram parte de medidas de corte de custos e reposicionamento. Ainda assim, sem desistir, a Whole Foods inaugurou a unidade na King’s Road, em Chelsea.

Está claro que a expansão no Reino Unido seguirá focada no centro de Londres, em locais de grande fluxo e alto poder aquisitivo. Mas, após mais de 20 anos tentando, a Whole Foods parece não estar mais perto de encontrar a fórmula certa e continua difícil enxergar como conseguirá alcançar esse objetivo.

Fonte: Forbes Agro

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