
Ex-traders de Dreyfus e NovaAgri fomentam orgânicos do Brasil e veem salto em poucas safras
Quando ex-traders da Louis Dreyfus e da NovaAgri decidiram fundar a empresa de proteínas orgânicas Raiar, eles sabiam que antes do ovo e da galinha vinham os grãos, e se juntaram em uma série de iniciativas de fomento à cadeia produtiva que deve resultar em breve em um aumento “exponencial” do mercado brasileiro de soja e milho para alimentar criações e exportações. O mercado de grãos orgânicos é ainda muito incipiente no Brasil, representando 0,02% da produção total de soja e milho do País, disse Luis Barbieri, sócio-fundador da Raiar Orgânicos e ex-Diretor da Louis Dreyfus. Contudo, não é só por ser pequena que essa oferta pode ser multiplicada por 20 em pouco tempo, opinou ele.

EUA: cresce oferta de milho orgânico
Mas a cada ciclo a produtividade nos EUA cresce mais, assim como a área de cultivo. Em 2020/21, a produtividade média foi de 8.480 quilos por hectare (126,1 bushels por acre), contra 8.100 quilos em 2019/20. A estimativa da Mercaris é que a média alcance 8.850 quilos por hectare em 2025/26. Para efeito de comparação, a produtividade média das lavouras convencionais, que usam grãos geneticamente modificados, chega a 12.440 quilos.

Fórum Internacional de Grãos Orgânicos debate o cenário global do setor
O encontro – o primeiro com essa temática realizado no País – abordará o cenário global para as proteínas orgânicas e os caminhos traçados para o futuro, incluindo a redução na emissão de gases do efeito estufa por meio do uso de tecnologias que promovam insumos verdes.

Emissão de tokens da Raiar Orgânicos democratiza investimento de impacto no país.
O fomento à produção do grão pela Raiar ataca um gargalo estrutural na agricultura orgânica nacional e ajuda a melhorar as condições de vida dos agricultores, elevando em média 30% a renda das famílias. “A tecnologia é uma aliada na produção orgânica”, explica Luis Barbieri, sócio-fundador da Raiar.

Proteínas orgânicas no foco da nova Raiar
Para mexer com o mercado, deixando de tratar o orgânico como um nicho, a Raiar precisava dar conta da dificuldade em se abastecer de milho também orgânico, lacuna que já frustrou outros projetos no País. “O que era um desconforto virou um desafio. Se não há grãos orgânicos, vamos viabilizar”, disse Menoita da Raiar.