Embrapa Agrobiologia estará presente na COP30 com iniciativas para agroecologia e recuperação de áreas degradadas
Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) marcará presença na AgriZone, na COP30, em Belém (PA), com a apresentação de tecnologias ligadas à produção orgânica, agroecologia e agricultura familiar e também à recuperação de áreas degradadas. Instalada na área da Embrapa Amazônia Oriental e liderada pela Embrapa, a AgriZone é uma grande vitrine de ciência e tecnologia voltada para a agricultura sustentável.
Entre os destaques da Embrapa Agrobiologia estão um conjunto de ativos que compõem o Sistema Integrado de Produção Agroecológica (SIPA), um espaço sistêmico formado por módulos relacionados, envolvendo produção intensiva de hortaliças orgânicas, adubação verde, compostagem 100% vegetal, entre outros. Cada módulo tem sua própria estrutura, mas o funcionamento de todos é interdependente, o que contribui para a geração de um sistema de produção mais sustentável, com reduzida entrada de insumos externos, serviços que favorecem o controle biológico, a fixação biológica de nitrogênio, a ciclagem de nutrientes e a conservação do solo e da água.
Situado em Seropédica, na baixada fluminense, o SIPA – conhecido como Fazendinha Agroecológica Km 47 – é um modelo pioneiro de sistema integrado de produção agroecológica, envolvendo práticas ecológicas de manejo, com priorização para reciclagem de nutrientes e o uso de desenhos de diferentes sistemas agrícolas, que envolvem rotações e consórcio de culturas, além da presença de espécies arbustivas e arbóreas como elementos de diversificação da paisagem. São três os alicerces de gestão do sistema: a integração entre produção animal e vegetal, a intensificação da agrobiodiversidade e a gestão da biomassa, com fins de fertilização e proteção ao solo.
O módulo de cultivo intensivo de hortaliças é uma das principais vitrines do SIPA, tendo sido criado há cerca de 15 anos e envolvendo atualmente a produção de cerca de 35 espécies de hortaliças. Sua manutenção é feita toda a partir da fertilização de base vegetal, como adubação verde e aproveitamento da biomassa para formação de cobertura morta para proteção dos canteiros, e uso de composto farelado fermentado feito com biomassa vegetal.
Outra tecnologia apresentada pela Embrapa Agrobiologia ao público da AgriZone é a gongocompostagem, que faz uso de gongolos, popularmente conhecidos como piolhos-de-cobra, para decompor resíduos orgânicos vegetais. Esses animais possuem uma excepcional capacidade trituradora, sendo capazes de se alimentar de materiais fibrosos como bagaço de cana-de-açúcar, sabugo de milhos, aparas de grama e até papelão. O composto gerado a partir desse processo dá origem, em cerca de 90 dias, a um substrato para produção de mudas muito leve e eficiente, sendo excelente para a produção de mudas.
A Embrapa Agrobiologia também levará para a COP30 sua expertise na recuperação de áreas degradadas. O uso de leguminosas arbóreas inoculadas como estratégia de restauração de ecossistemas já é uma tecnologia consagrada do centro de pesquisa, com importantes resultados na recuperação de áreas severamente degradadas por extração de minério ou petróleo, de voçorocas e também na contenção de encostas urbanas. O êxito dessa tecnologia está na associação entre planta, rizóbios e fungos micorrízicos, o que permite um rápido crescimento das espécies, independentemente da disponibilidade de nitrogênio no solo, aumentando a quantidade de matéria orgânica disponível e a atividade biológica do solo. Atualmente, existem mais de cem espécies de leguminosas arbóreas e arbustivas recomendadas para plantio nos biomas Mata Atlântica, Cerrado, Amazônia e Caatinga.
Bioinsumos para cana, soja e espécies florestais
Na área de bioinsumos, o centro de pesquisa destacará quatro produtos voltados a importantes culturas, como cana-de-açúcar e soja, e também a espécies florestais. O Aprinza®, lançado em 2018, foi o primeiro inoculante desenvolvido especialmente para uso na cana-de-açúcar, tendo sido resultado de uma parceria com a empresa Basf, contendo uma espécie de bactéria fixadora de nitrogênio e promotora de crescimento. Os testes apontam que seu uso contribui para um aumento na produtividade de 9% a 18%.
Outro produto, também desenvolvido em parceria com a iniciativa privada – com a Innova Agrotecnologia – é o Combio, o primeiro inoculante com dupla função para a cultura da soja. Lançado em 2024, o insumo é uma combinação de três estirpes bacterianas que atuam na fixação biológica de nitrogênio e na promoção de crescimento de plantas, também prevenindo contra o ataque de fungos.
A Embrapa Agrobiologia também apresentará bioinsumos para espécies florestais e para promoção de crescimento em cana-de-açúcar. O primeiro consiste em uma combinação de três estirpes de rizóbios, com potencial para utilização em leguminosas florestais comumente usadas para a recuperação de áreas degradadas. Ele atua promovendo o crescimento das plantas, com alta eficiência na fixação biológica de nitrogênio, podendo ser usado em sementes de espécies florestais e em viveiros de produção de mudas. Já o segundo engloba um grupo de cinco bactérias com potencial para utilização na produção de inoculantes para cana-de-açúcar, com capacidade de fixar o nitrogênio atmosférico, estimular a produção de hormônios promotores de crescimento, solubilizar fosfato e melhorar a absorção de outros nutrientes disponíveis no solo.
Mesa-redonda sobre quintais produtivos
As pesquisadoras da Embrapa Agrobiologia Marta Ricci e Mariella Uzêda estarão presentes na AgriZone, integrando a ampla programação estruturada pela Embrapa para os doze dias de evento. Elas estarão na mesa-redonda Quintais produtivos multifuncionais como geradores de alimentos, renda e sustentabilidade socioambiental, a ser realizado no dia 15 de novembro, às 14 horas, no Auditório 3. A proposta é apresentar as tecnologias adaptadas para cultivo em pequenos espaços, de modo a viabilizar a agricultura urbana, minimizar a insegurança alimentar e promover ganhos em saúde e incremento de renda.
Lançamento da plataforma Saúde do Solo BR
A Embrapa Agrobiologia também é coadjuvante no lançamento da Plataforma Saúde do Solo BR: Big Data para Solos Resilientes e Sistemas Alimentares, no dia 17 de novembro, às 11 horas. A plataforma é uma ferramenta inédita que transforma dados em conhecimento, apoiando agricultores, pesquisadores e gestores na construção de uma agricultura sustentável, resiliente e de baixo carbono. “A criação da plataforma é um desdobramento natural da ampla adoção da tecnologia de Bioanálise de Solo (BioAS) no Brasil”, destaca o pesquisador Guilherme Caher, da Embrapa Agrobiologia e membro do projeto que culminou na criação do BioAS, liderado pela Embrapa Cerrados.
Fonte Embrapa Agrobiologia
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